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Susana Tagarro
Escrito por:

Susana Tagarro Terapeuta da Fala - Colaboradora do Destrava Línguas

Quando dar “chucha” ao recém nascido e qual a melhor chupeta?

Muitos são os pais que perguntam se a chupeta, ou chucha como carinhosamente lhe chamam, é ou não um objeto a colocar na mala da maternidade.

As minhas directrizes, enquanto profissional de saúde, é tentar acima de tudo ser coerente. Sabemos que cada bebé e a sua família são únicos, pois têm as suas diferenças individuais e por tal, cada orientação deverá ter isso em conta … as necessidades daquele bebé e da sua família!

No entanto, usar ou não a chucha é efetivamente uma questão complexa e por isso não tão linear assim!!
Vou-vos explicar um pouco como tudo funciona.

Quando dar a chupeta ao recém nascido?

O bebé quando nasce apresenta inúmeras habilidades oromotoras, sendo uma delas a capacidade de sucção, seja ela nutritiva (sugar adquirindo alimento) ou não nutritiva (sugar sem adquirir alimento).

A sucção não nutritiva (SNN) é essencial para o desenvolvimento oromotor, pois ajuda não só ao nível do crescimento orofacial, como no processo digestivo e tem também um efeito calmante e prazeroso no bebé….

Os bebés precisam sugar!

Quando um bebé suga o peito materno, a língua ocupa a maior parte do espaço intra-oral, o mamilo adapta-se à cavidade oral do bebé estendendo-se até à parte posterior da boca, a parte da frente da língua e da mandíbula sobem, e desta forma existe um desenvolvimento e crescimento adequado da cavidade oral e da face, uma vez que tudo está fisiologicamente adaptado.

A SNN, idealmente deveria ser feita no peito materno, e quero desde já sublinhar, que: nenhuma chucha faz a mesma função que o peito, sendo que, o ideal para o crescimento craniofacial seria nunca usar chucha… no entanto, sejamos realistas.

Todas nós sabemos o quão exigente é o período do puerpério, cheio de desafios diários: a livre demanda, a privação do sono, o choro inconsolável, as maminhas feridas, etc, etc, etc.

Por isso, e uma vez que nem sempre é viável não introduzir chucha, vamos tentar perceber do “mal” o que será “melhor”?

Antes de avançar diretamente para a questão referida, é urgente falar-vos de algo que é mais real do que pode parecer: a “confusão de bicos”.

Basicamente o bebé ao chuchar na chucha faz uma sucção diferente o que pode levar a uma “desaprendizagem” de como sugar no peito, podendo também reduzir o tempo das mamadas e sua frequência, o que pode levar ao desmame precoce. O mesmo também pode acontecer na utilização de diferentes tetinas.

Existem estudos que indicam que a probabilidade de haver um desmame precoce é maior quando se oferece chucha nos primeiros 5 dias de vida do bebé, ao passo que, se a chucha for oferecida após 3-4 semanas de vida, a probabilidade de desmame é reduzida, uma vez que a amamentação já está estabelecida.

E eis que nos surge a questão…

Qual a melhor chucha para o recém-nascido?

Esta efetivamente é uma decisão difícil, muitas das chuchas existentes no mercado referem que são as mais adequadas para o desenvolvimento oral do bebé e menos prejudiciais aquando a sucção, promovendo um correto desenvolvimento orofacial (arcadas dentárias, postura de língua, postura de lábios etc) no entanto todas elas são diferentes… como fazer a escolha mais acertada?

Vou explicar-vos quais os aspetos a ter em conta nesta decisão.

A chucha “ideal” (se é que existe alguma ideal) é aquela que se adapta melhor à cavidade oral, promovendo uma melhor postura de lábios, língua e todas as estruturas orais, aquando a sucção.

Desta forma, e após muita pesquisa sobre o tema, percebi que existem cada vez mais testes clínicos que mostram como a rigidez e a forma do bico da chucha influenciam a pressão exercida na mesma, influenciando a SNN e consequentemente o desenvolvimento oral do bebé.  

Veremos, temos essencialmente três tipos de bico:

Quando observamos o bico cereja, é possível perceber que existe um espaço entre a cara do bebé e a base da chupeta, não permitindo o vedamento labial ideal. Para além disso, o próprio bico em si, aquando o momento da sucção em nada se assemelha ao mamilo, uma vez que tem uma configuração redonda volumosa e pouco anatómica, o que faz com que a pressão exercida na mesma leve a grandes desajustes das estruturas orofaciais.

Quanto às chuchas de bico ortodôntico, estas promovem uma postura de língua semelhante aquela que o bebé adquire durante a amamentação, estando a língua mais posteriorizada, elevada e com menos variações de pressão. No entanto, hoje em dia e segundo a literatura mais atual, as chupetas mais indicadas são as de formato gota com canais de ar, uma vez que estes promovem uma redução da pressão da língua contra o palato, tornando a sucção mais fisiológica, para além disso a forma côncava da base destas chupetas acopla-se melhor à região intra e peri oral da criança, proporcionam um melhor ajuste à cavidade oral.

No entanto, reforço mais uma vez que nenhuma chupeta é igual ao mamilo materno e nenhuma promove o crescimento como ele.

Como costumo dizer, a chucha é o verdadeiro pau de dois bicos, ela apresenta vantagens e desvantagens, sendo essencial observar e ler os bebés e as suas necessidades antes de tomar alguma decisão.

Desta forma, e respondendo à questão inicial, a chupeta não deve fazer parte da mala da maternidade, mais não seja para que não nos deixemos cair em tentações e oferecer antes do chamado “período ideal”.

No caso de surgir alguma questão estejam totalmente à vontade para me contactar! Os contactos estão no meu perfil de autora, aqui.

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